sexta-feira, 22 de março de 2013

Algumas coisas sobre os alisantes


Outro dia conversava com Renata e Mami Soninha sobre qual seria o motivo que leva demanda das escovas definitivas, relaxamentos, alisamentos e afins, ser bem menor em relação à demanda das escova progressivas. Chegamos a uma conclusão: na NOSSA OPINIÃO as pessoas possuem uma certa resistência à palavra alisamento.
Uma resistência com resquícios de preconceito (vamos assumir?). Renatinha no auge dos seus 18 anos  tinha cabelão encaracolado no meio das costas. Até que um dia “surtou” e apareceu de cabelo com corte chanel e liiiiso. Lembro direitinho do susto que tomei ao abrir a porta, e do meu repentino desejo de ter  um cabelo liso. Pois, ao contrário do que a maioria imagina, meu cabelo não é liso, nem tem definição, é aquele “liso” com várias ondulações, e humor próprio. Mesmo sendo uma pessoa adepta das químicas (aka reflexo/mecha) àquela época, não tive coragem de enfrentar um alisamento, porque, ora bolas, o meu cabelo “era bom”. Quanta sabedoria! (#NOT!)
Deixa eu abrir um pequeno parênteses aqui. Nós não acreditamos em castas capilares: cabelo bom, cabelo  mais ou menos bom, cabelo quase ruim e cabelo ruim. Existem diferentes tipos de cabelos, de diferentes estruturas, formatos, e cada um possui pontos favoráveis e  pontos desfavoráveis. Prova cabal disso é  que nenhum ser humano está totalmente satisfeito com o próprio cabelo, pelo menos no Valentina nunca apareceu uma pessoa assim.
Voltando ao assunto e objetivo desse post. Nossa intenção é esclarecer os diferentes tipos de alisamentos, para que tipo de cabelo é  indicado, qual a forma de aplicação e resultado alcançado.
Eis os produtos alisantes de melenas indicados pela Camila Cerdeira, engenheira química responsável da KProtioglicolato  amônia e a guanidina. Eles possuem a função de quebrar ou desestruturar as cadeias internas do fio, modificando a textura para um formato liso ou menos ondulado.
Tioglicolato  de  Amônia
Ativo químico obtido pela reação do ácido tioglicolico com o hidróxido de amônio. Atua quebrando as pontes de dissulfetos dos cabelos através do agente redutor (tioglicolato de amônio). Após sua aplicação,  faz-se necessária a utilização de um  neutralizante combinado  com um agente oxidante. O mais utilizado é peróxido de hidrogênio. É  o mais suave dos alisantes aprovados e indicados pela ANVISA, mas também o menos alisante. Contudo é um  um ativo que normalmente se trabalha com muita segurança pois não é muito forte, sua fórmula contém  pH 9 a 9.5.
Esse procedimento é mais indicado para quem deseja diminuir o volume, ou para ser utilizado como a técnica Escova Definitiva. O resultado varia de acordo com a forma de aplicação:
-  técnica tradicional: sem passar a famosa “chapinha”. Ele tem o poder de ceder os cachos e diminuir o volume do cabelo. O resultado depende da estrutura e da qualidade dos fios  no momento da aplicação. Um cabelo mais hidratado e forte consegue um resultado mais duradouro, logo de maior qualidade.
- como escova definitiva: procedimento que após a aplicação e  pausa do produto, usa-se a “chapinha” mecha por mecha bem fininha, para, então, neutralizar. Com esta técnica o resultado alcançado será de cabelos  extremamente lisos, alinhados e com muito brilho.
Guanidina
Composto químico instável obtido na hora do procedimento, e por meio da reação química entre o carbonato de guanidina  e o hidróxido de cálcio, seu pH varia  de 12,5 a 13,5. Essa mistura é mais potente que o Tioglicolato de Amônia na quebra de ligações de cistina, no entanto menos potente que o hidróxido de sódio e lítio. É indicado para cabelos virgens ou que já tenham sido processados com essa base, seja crespo, afro, grosso e resistente.
Dúvidas frequentes:
Mas o que acontece no interior da fibra capilar?
Como a amônia possui pH alcalino a fibra do cabelo incha. Com o inchaço as cutículas são abertas  e o ativo age dentro do córtex (estrutura interna do fio), quebrando as pontes de cistina, reduzindo-as quimicamente.  A reação é finalizada na neutralização, feita através de um oxidante, quando as pontes são reestabilizadas e, assim, a estrutura do fio fica alterada definitivamente.
Importante lembrá-las que todo relaxamento (bem ou mal feito) danifica  a queratina do córtex e da cutícula. Os fios capilares que passam por esse tipo de relaxamento sofrem uma oxidação natural. A fibra capilar fica desgastada,  ocorre ressecamento da camada ácida natural dos cabelos, desbalanceamento do pH capilar e degradação da queratina.  (mas fiquem calmas, que para quase tudo temos solução rs)
Podemos colorir e alisar no mesmo dia ?
Cabelo oxidado significa cabelo desbotado, portanto se for descolorir e alisar no mesmo dia, é prudente  usar o relaxamento primeiro, e após a coloração. No entanto, não devemos estabelecer padrões.  Cada cabelo apresenta uma qualidade de estrutura, portanto o que se indica normalmente é tonalizante (coloração semi permanente), por possui menor porcentagem de amônia e baixo volume de oxidante. Contudo, não é uma regra. A melhor recomendação é aquela feita pelo seu cabelereiro de confiança. Existem cabelos que após um relaxamento ficam  tão sensibilizados que uma simples escova pode quebrá-los.
E descolorir no mesmo dia pode?
Bom, não é indicado, mas não é a realidade brasileira. Relaxamos e descolorimos cabelos diariamente, portanto quem define se pode, é a estrututa do fio. Peça ao seu cabelereiro para realizar um teste de mecha antes. Se ele aguentar (o meu é cabra macho sim senhor!) fica a seu critério combinado com a opinião do seu profissional.  Importante: cabelos mega hidratados com produtos ácidos e com queratina, via de regra, suportam os 2 procedimentos, porém nem sempre no mesmo dia.
Quem pode ou não pode  usar ?
A resposta está na saúde e força dos cabelos no momento do alisamento. O profissional deve realizar o teste de mechas para verificar se os cabelos  resistirão ao procedimento. Como já dito, as vezes até um cabelo virgem pode não resistir ao processo.
Pode misturar bases de relaxamento ?
Em cima do fio relaxado não é recomendado fazer uso de outro ativo diferente do usado anteriormente. A recomendação seria esperar o novo crescimento (período mínimo de 6 meses), para se fazer a troca com segurança.
Alguns produtos permitem a aplicação de um outro tipo de alisamento em cima de um já existente, mas são raros os casos em que isso dá certo. O melhor é não alterar o produto escolhido. Contudo, caso queira realizar a troca, o mais comum é:
Amônia ——-   Hidróxido de Guanidina —– Amônia
Risco para a saúde do  profissional ou cliente ?
Nenhum. Os  ativos como Tioglicolato de Amônia ou o Hidróxido de Guanidina, quando usados  na porcentagem indicada,  e aplicados da forma correta, são testados e autorizados pela ANVISA .
Quais são os danos causados aos fios?
Relaxamento a base de amônia  ou qualquer outro processo alcalino causam :
- degradação da queratina
- inchaço na fibra e desbalanceamento do pH natural
-  ressecamento profundo dos fios por  agredir a camada ácida natural do cabelo (conhecida como CMC– cimento de membrana celular)
- oxidação da queratina
Como recuperar ?
- produtos com alta concentração de queratina hidrolisada e queratina quaternizada para aderência na parte externa do fio, sempre muito danificada.
- produtos sempre ácidos (nunca NEUTROS), pH ácido é fundamental para saúde dos cabelos, equilíbrio do pH , e cutículas seladas :  cabelos protegidos, com brilho e proteção da cor contra o desbotamento.
-  reposição do CMC através de ativos como: lanolina, ceramidas,  ácidos graxos essenciais (como extrato de caviar, muito rico em ácido graxo);
- manteigas hidratantes: murumuru, castanha do para, coco, karite (hidratantes naturais)
- use sempre que possível, principalmente no verão,  produtos com proteção solar (no condicionador  e/ou leave-in ) para evitar maior oxidação causada pelo sol (radiação  UVB), que degrada fortemente a queratina.
No Valentina temos a opção de alisamento à base de Tiglicolato de Amônia da MATRIX – OPTI.SMOOTH CAREATENÇÃO: NÃO É PROGRESSIVA, É ALISAMENTO/RELAXAMENTO!
Eu, Milena, faço uso do Tiglicolato de Amônia há algum tempo e gosto muito do resultado. Contudo, antes de abrirmos o Valentina esse tipo de “escova” me era vendido como “progressiva sem formol” e eu acreditava…. Por isso, prestem bastante atenção: se não tem formol e alisa, é alisante, e se tem alisante não é escova progressiva, é escova definitiva ou relaxamento.  E, ora bolas, não há nada demais em alisar o cabelo, isso é coisa do passado!

Nenhum comentário:

Postar um comentário